É Proibido Trabalhar Muito

Hoje meu filhote de 5 aninhos pediu para eu soletrar “trabalho” e, depois, “muito”. Não dei tanta atenção para o que ele estava fazendo, mas logo ele veio com o caderno e me mostrou a palavra “trabalho” riscada e disse que era proibido eu trabalhar “muito”.

Por diversas vezes refleti sobre o valor do trabalho no meu atual momento de vida, em que a infância do meu filho é, sem dúvidas, o bem mais precioso e mais raro. Por outro lado, sinto imensa satisfação em produzir, em trabalhar.

Na eterna descompensação emocional que a maternidade traz, talvez a que me gera maior culpa seja o trabalho pela priorização de tempo que ele demanda.

E na perspectiva do Pedro? Qual o significado do trabalho? Aqui a prioridade dá lugar ao preterimento, à distância; deixar de estar perto de mim e, nas palavras dele, deixar de fazer o que é mais importante na vida: brincar. Do meu lado, percebo o trabalho como um brincar de adulto, algo que traz imensa satisfação.

Como equilibrar esses pesos com medidas tão diferentes para nós 2? Eu não tenho a resposta, mas sigo nossa caminhada um pouco mais leve quando tenho a certeza de caminhar lado a lado ao meu filho, na perspectiva de que a conta, quando se fala em amor, nunca fecha e ainda assim vale a pena.