3 anos depois…

Go Banana, UX!
2 min readMay 5, 2021

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… do meu último texto aqui nessa plataforma. Eu escrevia sobre maternidade e como o meu filho, na época com 2 aninhos, havia me invadido e me transformado em uma nebulosa de emoções. Eu ainda não sabia, mas essa invasão era o começo da minha transformação em mãe.

Afinal, agora eu sei que a mãe não nasce a partir do nascimento do filho, ela começa a torna-se a ser… um movimento em eterno gerúndio. Saber que essa construção se dá com o tempo (e não tem fim) me libertou de todas as cobranças internas, desde a função da poderosa "intuição materna" até ser a principal responsável pela educação do meu filho.

Ao tentar desesperadamente um norte para a maternidade, encontrei na parentalidade positiva algo coerente com os meus valores. Mas, sempre ficava bloqueada quando se dizia que os pais devem representar margem para o filho. Foi difícil perceber o limiar entre essa borda imaginária e a tentativa (fracassada) de tentar enfiar a todo custo naquele pequeno ser (insira aqui o ensinamento que quiser).

Aprendi que ser margem é finca-se de forma muito confiante até onde se quer que o seu filho vá e deixar claro para ele qual é esse limite. Isso garante que ele não o ultrapasse? Não. Quase sempre ele vai ultrapassar. O pulo do gato está aqui. Puxar novamente para a margem, mostrar qual o limite até onde sua paciência quiser/aguentar.

Percebo que na minha relação com o Pedro tudo ficou mais tranquilo depois que passei a externalizar qual era esse meu limite emocional. Quando percebia que já havia deixado claro qual era a margem e ainda assim, havia sempre extrapolações e o meu emocional estava desgastado, jogava com as regras da empatia. Falar e mostrar para o meu filho que as minha energia emocional estava se acabando mudou tudo! É como jogar a toalha e deixar isso claro.

Não quer ficar dentro da margem apesar de ter entendido exatamente qual é esse limite? Ok. Em nome da minha saúde emocional, no momento não há nada mais o quê se possa fazer. Deixa passar e, talvez amanhã, você consiga mostrar a margem novamente… E nessa construção, saber que a margem é iluminada pelos pais, mas também pela experiência única e intransferível de vida dos nossos filhos, é libertador.

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